terça-feira, 19 de outubro de 2010

Associação elogia novo aumento do IOF e diz que dólar em queda diminui competitividade

Daniel Lima e Kelly Oliveira  / Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A nova elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os recursos de investidores estrangeiros que entram no Brasil agradou à Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei). O governo, que já havia elevado de 2% para 4% o imposto há duas semanas, voltou a adotar nova alíquota, desta vez de 6%, como forma de reduzir a pressão sobre a taxa de câmbio. O governo também aumentou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado futuro.

Segundo Daniel Dias de Carvalho, diretor financeiro da associação, engana-se quem acredita que o setor possa incrementar suas importações com o dólar em queda. “Não é bem assim que funciona a regra. Mas as coisas não são exatamente dessa forma. Se o dólar está muito barato a gente não consegue vender aqui”, explicou.

Ele lembra que os importadores do setor dependem de uma economia sólida, com demandas que provoquem a necessidade de compra de novas máquinas e equipamentos. E, ao contrário, com o dólar enfraquecido, passa a existir uma enxurrada de produtos estrangeiros no país, nem sempre de boa qualidade.

“À medida que o dólar fica muito fraco aqui no Brasil, a gente perde competitividade [com mais produtos estrangeiros no mercado]. A gente também não exporta [com o real sobrevalorizado em relação ao dólar, os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior]. Prejudica grande parte da nossa economia. Nós não pregamos que o dólar tenha que ser o menor possível”, disse o representante da Abimei.

Para Daniel de Carvalho, o dólar tem que estar em “condições ideais” para que a economia funcione de forma saudável, com a introdução de novos produtos no mercado interno. Embora tenha dito que é difícil ponderar qual seria o valor do dólar ideal, o represente da Abimei avalia que a moeda norte-americana deveria ser negociada de R$ 1,80 a R$ 2.

“Acho que com esse câmbio a economia brasileira continuaria sendo competitiva e não haveria nenhum problema com a inflação por conta do aumento no valor de seus produtos”, analisou.

Ele entende que, mesmo com o dólar em queda, os preços no mercado interno não têm caído e, por isso mesmo, não existe um fator que permita afirmar que a desvalorização do real influencie no aumento da inflação.

 

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