Valor 13/04/2011 17:08
SÃO PAULO – Depois de subir a R$ 1,598 e cair a R$ 1,581, o dólar comercial fechou o dia com leve baixa de 0,12%, a R$ 1,591 na venda. Vale lembrar que nos últimos dois dias o preço da moeda tinha avançando 1,20%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto encerrou a jornada com leve baixa de 0,08%, a R$ 1,5889. O giro caiu de US$ 149,25 milhões para US$ 18 milhões. Também na BM&F, o dólar para maio perdia 0,59%, a R$ 1,585, antes do ajuste final de posições.
Segundo o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, depois de quebrado o piso de R$ 1,60, o mercado parece sem rumo. Falta incentivo forte a uma correção mais firme de alta ao mesmo tempo em que o espaço para vendas mais acentuadas ficou restrito depois das perdas recentes.
O especialista também chama atenção para o baixo volume negociado no mercado à vista. Apenas US$ 1 bilhão. Segundo Rodrigues, o parco volume é reflexo das medidas tomadas pelo governo na semana passada. Com menos dólar físico disponível, o mercado concentra operações no mercado futuro, com isso os preços oscilam sem ter efetivamente moeda no mercado.
O diretor também aponta que os agentes aguardam a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na semana que vem. A inflação está no centro das preocupações e o aceno do governo de deixar o dólar cair, mirando o combate à inflação, indica uma falta de ferramentas para lidar com a alta de preços.
Fluxo Cambial
Como acontece toda a quarta-feira, o BC mostrou a parcial do fluxo cambial. No mês até o dia 8 de abril, o resultado estava negativo em apenas US$ 14 milhões. Uma forte desaceleração em comparação com a última semana de março, que terminou com sobra de dólares em US$ 2,14 bilhões.
Tal resultado decorre de sobra financeira de US$ 80 milhões e saldo comercial negativo de US$ 94 milhões. Apesar dos saldos mínimos, os volumes negociados seguem robustos, com a movimentação de câmbio financeiro passando dos US$ 20 bilhões, enquanto o giro comercial foi superior a US$ 9 bilhões.
Fica a impressão de que as alterações na incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre captações externas de curo prazo mostram seu efeito.
No entanto, aos menos três interpretações podem ser dadas. Primeira, o imposto mais caro realmente tirou do jogo o dinheiro de curto prazo. Segunda, temendo as medidas, que foram amplamente alardeadas antes de ser adotadas, os agentes se anteciparam às ações do governo, por isso dessa sobra de dólares de US$ 35,5 bilhões em apenas três meses. Terceira visão, os dois pontos acima são válidos.
Apesar do saldo mínimo e negativo, o BC seguiu firme com suas atuações. A autoridade monetária comprou US$ 2,919 bilhões nos leilões à vista e outros US$ 440 milhões nos leilões a termo. Totalizando US$ 3,359 bilhões.
Quando o BC compra além do fluxo, alguém precisa prover essa liquidez. E os agentes autorizados a fazer isso são os bancos, que assim aumentam sua posição vendida no mercado à vista. Com base nesses números é possível estimar que a posição vendida das instituições subiu de US$ 8,83 bilhões para cerca de US$ 12 bilhões.
(Eduardo Campos | Valor)
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