quinta-feira, 28 de julho de 2011

Exportadores serão prejudicados com taxação do IOF, dizem especialistas

Fonte: O Globo

A decisão de taxar as operações com derivativos penaliza não só os especuladores, mas também os exportadores. As empresas que vendem suas mercadorias no exterior fazem operações no mercado futuro para se proteger de variações cambiais (hedge) e vão acabar pagando o IOF.

- Acaba penalizando o exportador duas vezes. Ele vai pagar mais caro pelo hedge e continuará prejudicado pela queda do dólar – diz o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima.

O próprio secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, admitiu que os exportadores serão afetados. Mas explicou que o limite de US$10 milhões para o descasamento entre operações foi dado para poupar os exportadores que ficam vendidos nas operações.

- A valorização do real neste momento é mais prejudicial à economia do que benéfica – disse Barbosa.

Para Wolfgang Walter, presidente da Global Hedging, os exportadores foram os maiores prejudicados. Ele diz que o governo não explicou de que forma não seriam afetados:

- Como BM&F e Cetip, que fazem a liquidação dos contratos, vão diferenciar especuladores e exportadores que fazem proteção na hora da cobrança do imposto? Eles vão ter que levar seus contratos de exportação, seus crédito em dólar?

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Market, seria impossível adotar medidas para conter as posições vendidas no mercado futuro sem afetar os exportadores.

- O exportador seria beneficiado, do outro lado, pela valorização do dólar. Mas quem garante que isso vai acontecer?

É nisso que acredita o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que comemorou as medidas:

- As medidas anteriores atacavam efeitos e não causas. Agora, o governo atacou diretamente a especulação que provoca a valorização do real. Foi a medida mais eficaz adotada.

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