Kelly Oliveira / Repórter da Agência Brasil
Brasília - A projeção do Banco Central (BC) para o déficit de conta-corrente, registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços com o exterior, permaneceu em US$ 49 bilhões este ano. Para 2011, a expectativa do BC é de déficit recorde de US$ 60 bilhões.
A projeção para o déficit em conta-corrente em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de 2,49% para este ano, a mesma anterior, e de 2,78%, em 2011. De janeiro a agosto de 2010, essa relação está em 2,40%.
“Já tivemos nesse relação valores muito mais elevados no passado. Havia uma carga de juros elevada. A carga de juros deixou de ser um peso, um componente que causava muita volatilidade para as transações correntes”, ressaltou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. A projeção de despesa líquida de juros é de US$ 9,4 bilhões, este ano, e de US$ 9,5 bilhões, em 2011.
De janeiro a agosto deste ano, o déficit em transações correntes está em US$ 31,122 bilhões, contra US$ 9,609 bilhões registrados em igual período de 2009. Em agosto, o déficit em transações correntes ficou em US$ 2,861 bilhões e a previsão para este mês é de US$ 3,8 bilhões.
O BC também alterou a estimativa para o superávit comercial, que subiu de US$ 13 bilhões para US$ 15 bilhões. A instituição aumentou a projeção para as exportações de US$ 185 bilhões para US$ 192 bilhões. No caso das importações, a estimativa subiu de US$ 172 bilhões para US$ 177 bilhões.
Para 2011, a previsão para o superávit comercial ficou em US$ 11 bilhões, com exportações de US$ 230 bilhões e importações de US$ 219 bilhões.
Para o déficit na conta de serviços e renda (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros, viagens internacionais e outros), a estimativa subiu de US$ 65,5 bilhões para US$ 67,5 bilhões.
“Aumentamos o déficit em serviços, fundamentalmente em viagens internacionais porque essa é uma conta que vem apresentando dispêndios crescentes ao longo do ano”, disse Altamir Lopes.
No caso da conta de viagens internacionais, o saldo (de gastos de brasileiros no exterior e receitas de estrangeiros no Brasil) deve ficar negativo em US$ 10 bilhões este ano, contra US$ 8 bilhões previstos anteriormente. Para 2011, a estimativa para essa conta é de US$ 11,5 bilhões.
A projeção referente a remessas de lucros e dividendos permaneceu em US$ 32 bilhões para este ano e para 2011 é de US$ 36 bilhões.
Edição: Juliana Andrade // A matéria foi alterada para acréscimo de informações
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