A taxa de câmbio pode mostrar neste ano uma dinâmica parecida com a de 2010: estabilidade no primeiro semestre e leve tendência de apreciação no segundo semestre. Ano passado a moeda brasileira oscilou nos primeiros seis meses do ano ao redor de 1.80, em boa parte em virtude das incertezas ainda presentes na economia mundial, em especial na Europa. Com a superação das principais incertezas, inclusive domésticas, o real voltou a se apreciar, ainda que não de maneira exagerada.
Este ano poderemos ter a mesma história. O câmbio poderá ficar estável no primeiro semestre, oscilando ao redor de 1.70. É possível que as incertezas globais ainda dominem o cenário. Mas a (a) atratividade da economia brasileira em um contexto de (b) menor incerteza global e (c) preços de commodities em alta poderá incentivar ingressos de capitais. No último trimestre deste ano, a moeda poderá oscilar dentro do intervalo de 1.60/1.65. Vale notar que este comportamento ajuda o governo em suas atuações no mercado cambial: como os fundamentos já indicam estabilidade, as medidas de controle apenas reforçam esta tendência. Dificilmente o governo poderia ter sucesso em suas intervenções caso os fundamentos indicassem uma forte apreciação: quanto mais descolado dos fundamentos, mais se estimulam arbitragens no mercado.
Fonte: Exame
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