Por: Karla Santana Mamona 02/07/10 – 14h07 InfoMoney
SÃO PAULO – É comum ouvir que profissionais desmotivados não produzem bem, não são proativos, além de serem considerados desanimados. Mas, assim como a falta de motivação, o excesso também pode atrapalhar a carreira.
A consultora de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Rachel de Carvalho Vieira, explica que o profissional muito motivado tende a se considerar super valorizado na empresa, o que é prejudicial tanto para a pessoa, como para o empregador.
Ao se considerar muito importante, o profissional pode esnobar a empresa, acreditando que há empregos melhores, ou até mesmo crer que seus conhecimentos profissionais podem ser muito reconhecidos pelo mercado de trabalho.
Além disso, ela acrescenta que esse profissional pode seguir dois diferentes caminhos. “Ou as pessoas atropelam o andamento natural dos ciclos da carreira, assumindo cada vez mais atividades sem dar conta, gerando má qualidade do trabalho, ou elas entram na chamada zona de conforto”, afirma.
Comparação com o futebol
Essa situação não é uma exclusividade do mundo corporativo. Nos campos de futebol, o excesso de motivação pode interferir no resultado do jogo.
“Sempre que o Brasil entra em campo, a torcida espera um espetáculo. Ganhar, para o torcedor brasileiro, não basta. Ele espera pedalada, gols de placa e vencer de goleada”, afirma o professor de Educação Física da UnB (Universidade de Brasília), Alcir Sanches.
Ele acrescenta ainda que as pressões da torcida e até das outras equipes, da imprensa e o próprio favoritismo do Brasil geram um estresse descomunal nos jogadores e em toda a comissão.
“Nós temos a cultura de não aceitar uma medalha de prata. Como se ficar em segundo lugar não fosse um mérito. Temos sempre que estar no topo. É uma pressão muito grande e exige preparação dos jogadores para estarem entregues na partida”, acrescenta a professora de Educação Física da UnB, Rossana Benck.
Estresse
Outro fator comum entre os jogadores e os profissionais é o estresse. Uma pesquisa realizada por Sanches aponta que esse sentimento pode ser relacionado com a derrota.
O professor analisou reações de 472 jogadores de futebol do Distrito Federal e uma das conclusões é que o estresse pode ser decisivo no rendimento esportivo. Jogar machucado, em uma posição improvisada e com um grupo desunido foram algumas das situações apontadas como as principais causas de estresse entre os atletas.
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