As primeiras estatísticas oficiais de comércio exterior do Brasil datam do Século XIX, elaboradas pela Diretoria Geral da Repartição Especial de Estatística do Tesouro Nacional. Até 1939, as estatísticas eram apuradas em libras esterlinas e contos de réis. Em 1942, passou-se a utilizar o dólar norte-americano como padrão internacional para o intercâmbio comercial.
Após 1945, com a criação do FMI e a necessidade de informar as estatísticas de comércio exterior no Balanço de Pagamentos, foi iniciado o processo de gravação e compilação dos dados estatísticos de comércio exterior e sua posterior recuperação.
Em 1971, iniciou-se a elaboração de publicações periódicas e públicas de estatísticas de comércio exterior pela Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (Cacex), utilizando equipamentos de grande porte (Mainframe). Em meados dos anos 1980, a Cacex implementou sistema de consulta a relatórios estatísticos via microfilmagem e no final dos anos 1980, para uso interno, foi desenvolvido sistema de acesso eletrônico, via rede do Banco do Brasil, aos dados das informações de exportação e importação.
Com a criação do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da Secretaria de Economia, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, em substituição à Cacex, e para ampliar a disseminação dos dados de comércio exterior para o público e governo, foi lançado, em 1992, o Sistema Alice (Análise das Informações de Comércio Exterior), desenvolvido pelo Serpro, com acesso on line. Cabe ressaltar que à época não existia a Internet e a interligação se dava por meio de linhas dedicadas de telecomunicação.
A implantação, em 1993, do Siscomex-Exportação, sistema integrado entre o Banco Central do Brasil, a Secretaria da Receita Federal e o Departamento de Comércio Exterior/SE, trouxe automação dos procedimentos operacionais e administrativos na exportação, com vantagens, inclusive na redução de custos, para as empresas de comércio exterior e para o Governo. A partir deste momento, 100% das operações passaram a ser registradas e analisadas on line pelos órgãos gestores e anuentes do sistema. O Siscomex-Exportação teve por base tecnológica o Sisbacen do Banco Central do Brasil. A produção das estatísticas ganhou, assim, considerável avanço com a substituição dos documentos em papel (Guia e Declaração de Exportação) por registros eletrônicos.
Em 1997, houve a implantação do Siscomex-Importação, sob os mesmos critérios e conceitos do módulo exportação, mas agora com a base tecnológica do Serpro, ampliando o processo de desburocratização nas importações e trazendo também significativa modernização do sistema de apuração das estatísticas, substituindo igualmente os documentos em papel – Guia de Importação (GI) e a Declaração de Importação (DI) – por registros eletrônicos.
O Siscomex representou um marco histórico para as estatísticas de comércio exterior do Brasil, possibilitando a divulgação das informações no dia seguinte da apuração, fato inédito e, até os dias de hoje, sem similar no comércio internacional. Desde então, a Secex passou a acompanhar diariamente os dados das exportações e importações, divulgando semanalmente o resultado e, no primeiro dia útil do mês, o fechamento da balança comercial do mês anterior.
Em 2000, a Secex iniciou a divulgação, na página do Ministério (www.mdic.gov.br), de relatórios estatísticos pré-formatados e publicações, para download, com as mais diversas informações. Atualmente são gerados 32.000 relatórios mensais, compreendendo exportação e importação brasileira por países e blocos econômicos, por Unidades da Federação, por Municípios, séries históricas, entre outros documentos eletrônicos.
No contínuo objetivo de atualizar e adequar as suas ferramentas de estatísticas às novas tecnologias, a Secex lançou, em novembro de 2001, a versão Alice para Internet, denominada AliceWeb (http://aliceweb.mdic.gov.br), onde podem ser pesquisados, inclusive via download, dados mensais do comércio exterior brasileiro de 1989 em diante, por mercadoria, país ou bloco econômico, Unidade da Federação, via de transporte e porto, ou pelo cruzamento dessas variáveis, em valores (dólar americano), peso e quantidade. A habilitação ao sistema é automática e gratuita, e conta, atualmente, com mais de 150 mil usuários, originários de mais de 100 países. Trata-se de ferramenta sem igual no comércio internacional, tanto pela riqueza e rapidez na geração das informações, quanto pela tempestividade dos dados.
Em setembro de 2009, no evento Encomex Mercosul, foi lançado o sistema AliceWeb Mercosul (www.alicewebmercosul.mdic.gov.br), que fornece estatísticas dos quatro países membros, com informações mensais a partir de 2007, constituindo-se em importante fonte de informação sobre a evolução do comércio exterior dos países signatários do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Para suprir uma demanda crescente de informações cada vez mais específicas, a Secex vem trabalhando no aprimoramento da divulgação e inclusão de novos dados de comércio exterior. Em 2011, estão previstos os lançamentos dos sistemas AliceWeb Internacional e a versão 2 do AliceWeb. O primeiro conterá estatísticas mundiais de países e produtos, em base anual. A nova versão do AliceWeb disponibilizará maior detalhamento de informações, como estatísticas por Município, além de possibilitar pesquisa de mais períodos para uma mesma consulta, de forma a facilitar e agilizar a extração dos dados. Além disso, os produtos contarão com versões nos idiomas inglês e espanhol.
Assim, de acordo a política de desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, a Secex vem trabalhando continuamente no aprimoramento da disseminação das estatísticas visando à maior inserção do Brasil e à diversificação de produtos e países no mercado internacional.
Fonte: Secex
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